sábado, 21 de janeiro de 2012

Singapura - Orchard Road

Voltando aos relatos dos dias passados em Singapura…
Aproveitámos a tarde de dia 31 para passear pela Orchard Road, a longa e larga avenida que é a meca do consumismo de Singapura, considerada por turistas e locais como uma maravilha a não perder.
A quantidade inexplicável de centros comerciais e de pessoas às compras deixou-nos de queixo caído (notem que este é um dos estados com um PIB mais elevado do mundo e os preços do vestuário e da tecnologia é igual ou inferior ao que se paga em Portugal).

Para ficarem com uma ideia do que a Orchard Road é, imaginem a Avenida da Liberdade repleta de centros comerciais, uns a seguir aos outros, todos enormes, cheios de marcas internacionais (muitas delas, de luxo) e de compradores que andam de um lado para o outro atrás da próxima compra. É isto! E talvez por ser só isto não nos tenha fascinado. A verdade é que, de início, tem graça mas passado uns quilómetros perguntamo-nos se haverá algo de novo ou de diferente para ver. As lojas vão-se repetindo e ver montras está longe de ser o nosso passatempo preferido. A única coisa que ainda nos surpreendia era a arquitectura dos edifícios, alguns muito excêntricos e futuristas (principalmente quando sabemos que a maioria já foi construída há mais de vinte anos!).
Com o cair da noite, a rua ganhou o brilho das decorações natalícias e o passeio ganhou um novo alento. Jantámos num dos inúmeros food courts chineses, o menu incluiu dumplings, sticky rice e outras tantas iguarias que não conseguimos decifrar. Ainda conhecemos umas simpáticas irmãs holandesas, ainda adolescentes, que tinham vindo passar o ano com os avós singapurenses! Mais um sinal da enorme diversidade e riqueza cultural desta cidade.
Depois dum dia tão divertido (em que fomos da Índia à China em menos de doze horas), estávamos prontos para entrar em 2012 de espírito aberto e olhos postos no melhor que o futuro nos pode trazer!
Chegada a Dhoby Gaut: zona onde os lavadores de roupa indianos trabalhavam (hoje não resta nenhum sinal deste passado)


Igreja protestante em Dhoby Gaut

Park Mall, o centro comercial dedicado ao mobiliário e decoração de interiores

A começar a caminhada pela Orchard Road



Istana Park: pequenos jardins muito cuidados e esculturas vão despontando entre os centros comerciais




Peranakan Place, o único vestígio das antigas lojas que costumavam aqui existir, é hoje dedicado ao comércio de luxo

Entrada para Emerald Hill, um bairro de residências tradicionais, pequenos bares e lojas sofisticadas

Emerald Hill

Movimento na rua ao final da tarde



O maior centro comercial de todos os que existem na Orchard Road

Jantar chinês

Orchard Road à noite

Decorações de Natal


Foi aqui que desistimos de continuar a percorrer a Orchard Road. Aquelas grades foram o sinal stop de que precisávamos!

 A segurança faz-se sentir

Prontos para 2012? Sim!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

1 ano depois!

Foi exactamente há um ano que aterrámos em Díli e começamos esta aventura quase "no fim do mundo". Para nós, era um mundo novo e selvagem que nos propusemos a descobrir e explorar, e que deu o mote para o nome do blogue. Tcharan! Eis a explicação para uma pergunta que tantas vezes nos têm feito.
Neste último ano, muita coisa se passou. Assim, resumidamente (e de forma meio atabalhoada):
O Bruno:
- Arranjou emprego em menos de um mês;
- Trabalhou quase todos os sábados do ano;
- Começou a aprender Tétum~e Bahasa Indonésio;
- Começou a usar óculos;
- Voltou a jogar ténis e futebol;
A Joana:
- Começou a correr;
- Ficou fechada numa repartição pública;
Nós:
- Pela primeira vez, pisámos solo asiático e do hemisfério sul;
- Fomos à piscina quase todos os fins-de-semana;
- Passeámos por várias partes do território de Timor-Leste, desde Batugadé a Jaco;
- Demos uma volta de veleiro ao largo de Díli;
- Viajámos pela costa sul de Timor-Leste;
- Nadámos em praias desertas;
- Passeámos por Bali;
- Passámos o Ano Novo em Singapura;
- Voámos na KLM, British Airways, Silk Air e Merpati;
- Tivemos duas visitas portuguesas, a Sara e o Pedro;
- Recebemos presentes pelo correio;
- Fizemos novos amigos de diferentes nacionalidades;
- Vimos amigos voltarem para Portugal;
- Vimos amigos chegarem a Timor-Leste;
- Participámos em centenas de almoços e jantares;
- Jantámos fora mais vezes do que alguma vez fizemos em Portugal;
- Comemos nasi goreng, mie goreng e black pepper crab (pratos indonésios);
- Comemos batardan, sassate, água e sal, catupa e budo (pratos timorenses);
- Comemos muito ananás, papaia e manga;
- Provámos rambutan e olhos-de-dragão;
- Cozinhámos com novos ingredientes, como folhas de mostarda;
- Bebemos água de côco e chás de flores;
- Bebemos água contaminada;
- Fomos de urgência ao dentista em Bali;
- Fomos mordidos por formigas vermelhas;
- Fomos duas vezes às urgências do INEM;
- Fizemos mergulho pela primeira vez na vida;
- Passámos um fim-de-semana em Jaco a fazer snorkeling;
- Dormimos numa palhota;
- Conduzimos sem cinto de segurança, com volante à direita e prioridade à esquerda;
- Descobrimos que as motos podem ser meios de transporte colectivos;
- Atravessámos muitas ribeiras, lama e buracos;
- Vivemos tempestades e trovoadas tropicais;
- Vimos alguns animais mais característicos deste país (incluindo macacos, tékis, tokés e lorikos);
- Avistámos duas vezes crocodilos;
- Jantámos à mesa com um prémio Nobel da Paz;
- Não oferecemos presentes de Natal um ao outro;
- Comprámos um iPad.
Foram muitas emoções para um ano só! E ficou tudo (ou quase tudo) aqui registado. O balanço é positivo! E a verdade é que, com tudo isto, mesmo estando assim tão longe, sentimos que estamos em casa e que aqui somos felizes!
Ilhéu de Jaco - o paraíso secreto de Timor-Leste

domingo, 15 de janeiro de 2012

Singapura - Little India

Depois do Natal passado na companhia da família em Portugal, rumámos de volta à Ásia. Desta vez, o destino foi Singapura, a cidade-Estado que fica no extremo sul da Península Malaia.
Aterrámos no aeroporto de Changi no dia 30 de Dezembro ao final da tarde e rumámos ao nosso hotel, que ficava em Little India. Little India é, como o nome indica, o bairro onde os emigrantes indianos que chegaram no século XIX, se fixaram e aqui tinham as suas criações de gado e fábricas de tijolos. Hoje é o centro da vida desta comunidade e as ruas estão repletas de restaurantes, lojas e templos ornamentados.
Logo neste primeiro dia, aproveitámos para saborear a gastronomia indiana e jantámos um delicioso Chicken Biryani (arroz frito com açafrão, iogurte e frango) no pequeno restaurante Alanka, onde famílias indianas se deliciavam com diversas iguarias comidas, obviamente, à mão. Nós optámos pelos talheres, mas ainda assim só tivemos direito a garfo e colher (a lógica é esta: se o prato já vem confeccionado em pequenos pedaços, não há necessidade de utilizar a faca!). Destacamos ainda a banda sonora de Bollywood, uma presença que se iria revelar uma constante neste bairro.
No dia seguinte, começámos cedo a explorar esta zona da cidade, começando pelo Kampong Glam, o enclave muçulmano de Singapura, com arquitectura colonial e uma atmosfera de Médio Oriente. A área de Kampung Glam (que significa Aldeia das Árvores) foi entregue ao Sultão Hussein Shah como parte do tratado que cedeu Singapura aos Britânicos. Foi aqui que o Sultão construiu o seu palácio (hoje, um centro de artes em remodelação) e a mesquita. Os comerciantes muçulmanos foram-se instalando nas ruas que rodeiam a mesquita e assim surgiu a Rua Árabe, onde pequenas lojas vendem tecidos, peles, artesanato e todas as quinquilharias que possam imaginar.
Sultan Mosque destaca-se pelas cúpulas douradas e minaretes de canto

Arab Street

Arab Street

Arab Street

Arab Street

Arab Street

Kandahar  Street

As primeiras torres que rodeiam Kampong Glam

Sultan Mosque vista de Bussorah Mall

Bussorah Mall

Little India tem resistido à construção em altura mas a pressão faz-se sentir

Little India - placas bilingues com os nomes das ruas

Upper Weld Road

Fachadas de Upper Weld Road

Aqui visitámos uma série de quatro templos dedicados a diferentes religiões que convivem pacificamente ao longo da mesma rua, um sinal da diversidade e riqueza cultural de Singapura.
O primeiro foi o Templo Hindu de Kali, a Corajosa (Sri Veeramakaliamman Temple), construído em 1881, por trabalhadores de Bengali. No interior, encontra-se a estátua negra da deusa hindu Kali, que segura uma arma em cada um dos seus muitos pés e mãos e simboliza a luta do bem contra o mal. Ao seu lado estão os seus dois filhos Ganesh, o deus-elefante, e Murugan, o deus-criança montado num pavão.
Templo Sri Veeramakaliamman

Vendedor de oferendas à porta do templo
O segundo foi o Templo Hindu dedicado a Vishnu (Sri Srinivasa Perumal Temple). Este é um dos edifícios religiosos mais importantes de Singapura, tendo sido construído em 1854 e reformulado em 1966, data em que foi adicionada a Gopuram, torre da entrada com 20 metros de altura e seis níveis de esculturas. A enorme porta de entrada está rodeada de pequenos sinos, que os devotos tocam antes de entrar para pedir aos deuses que atendam aos seus pedidos.

Templo Sri Srinivasa Perumal

Entrada do Templo Sri Srinivasa Perumal
Uns metros adiante, encontrámos o Templo do Dragão da Montanha (Leong San See Temple) dedicado a Kuan Yin, deusa da bondade e compaixão, e ao Buda Sakyamuni, que foi construído em 1917 por um monge budista. Actualmente, tanto Taoistas como Budistas rezam aqui. A fachada está belissimamente decorada com esculturas em madeira de fénixes, dragões, flores e lendas.
Templo Leong San See

Buda na entrada do Templo Leong San See

Pormenor da entrada do Templo Leong San See

Pormenor do topo da fachada do Templo Leong San See
Por fim, visitámos o Templo das Mil Luzes (Sakya Muni Buddha Gaya), inspirado nos templos tailandeses mas decorado com motivos chineses e indianos. Aqui fomos gentilmente recebidos pelo guardião do templo que, apesar de ter ficado baralhado quando lhe dissemos que vínhamos de Portugal, explicou-nos, com entusiasmo, a lenda de Buda e os fundamentos do budismo, enquanto descansávamos e relaxámos ao som hipnotizante das rezas budistas. Pudemos ainda ver a réplica em ébano e madrepérola da suposta pegada de Buda, a estátua de Buda sentado com 15 metros, a estátua de Buda deitado e a roda da fortuna.
Templo Sakya Muni Buddha Gaya

Entrada do Templo Sakya Muni Buddha Gaya

Pormenor da entrada do Templo Sakya Muni Buddha Gaya

Buda sentado
Voltámos a Seragon Road, onde almoçámos outro belo prato indiano Chicken Tika Masala (frango em molho de tomate, manteiga e especiarias).
Fachadas típicas de Seragon Road