Depois do Natal passado na companhia da família em Portugal, rumámos de volta à Ásia. Desta vez, o destino foi Singapura, a cidade-Estado que fica no extremo sul da Península Malaia.
Aterrámos no aeroporto de Changi no dia 30 de Dezembro ao final da tarde e rumámos ao nosso hotel, que ficava em Little India. Little India é, como o nome indica, o bairro onde os emigrantes indianos que chegaram no século XIX, se fixaram e aqui tinham as suas criações de gado e fábricas de tijolos. Hoje é o centro da vida desta comunidade e as ruas estão repletas de restaurantes, lojas e templos ornamentados.
Logo neste primeiro dia, aproveitámos para saborear a gastronomia indiana e jantámos um delicioso Chicken Biryani (arroz frito com açafrão, iogurte e frango) no pequeno restaurante Alanka, onde famílias indianas se deliciavam com diversas iguarias comidas, obviamente, à mão. Nós optámos pelos talheres, mas ainda assim só tivemos direito a garfo e colher (a lógica é esta: se o prato já vem confeccionado em pequenos pedaços, não há necessidade de utilizar a faca!). Destacamos ainda a banda sonora de Bollywood, uma presença que se iria revelar uma constante neste bairro.
No dia seguinte, começámos cedo a explorar esta zona da cidade, começando pelo Kampong Glam, o enclave muçulmano de Singapura, com arquitectura colonial e uma atmosfera de Médio Oriente. A área de Kampung Glam (que significa Aldeia das Árvores) foi entregue ao Sultão Hussein Shah como parte do tratado que cedeu Singapura aos Britânicos. Foi aqui que o Sultão construiu o seu palácio (hoje, um centro de artes em remodelação) e a mesquita. Os comerciantes muçulmanos foram-se instalando nas ruas que rodeiam a mesquita e assim surgiu a Rua Árabe, onde pequenas lojas vendem tecidos, peles, artesanato e todas as quinquilharias que possam imaginar.
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Sultan Mosque destaca-se pelas cúpulas douradas e minaretes de canto |
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Arab Street |
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Arab Street |
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Arab Street |
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Arab Street |
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Arab Street |
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Kandahar Street |
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As primeiras torres que rodeiam Kampong Glam |
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Sultan Mosque vista de Bussorah Mall |
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Bussorah Mall |
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Little India tem resistido à construção em altura mas a pressão faz-se sentir |
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Little India - placas bilingues com os nomes das ruas |
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Upper Weld Road |
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Fachadas de Upper Weld Road |
Aqui visitámos uma série de quatro templos dedicados a diferentes religiões que convivem pacificamente ao longo da mesma rua, um sinal da diversidade e riqueza cultural de Singapura.
O primeiro foi o Templo Hindu de Kali, a Corajosa (Sri Veeramakaliamman Temple), construído em 1881, por trabalhadores de Bengali. No interior, encontra-se a estátua negra da deusa hindu Kali, que segura uma arma em cada um dos seus muitos pés e mãos e simboliza a luta do bem contra o mal. Ao seu lado estão os seus dois filhos Ganesh, o deus-elefante, e Murugan, o deus-criança montado num pavão.
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Templo Sri Veeramakaliamman |
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Vendedor de oferendas à porta do templo |
O segundo foi o Templo Hindu dedicado a Vishnu (Sri Srinivasa Perumal Temple). Este é um dos edifícios religiosos mais importantes de Singapura, tendo sido construído em 1854 e reformulado em 1966, data em que foi adicionada a Gopuram, torre da entrada com 20 metros de altura e seis níveis de esculturas. A enorme porta de entrada está rodeada de pequenos sinos, que os devotos tocam antes de entrar para pedir aos deuses que atendam aos seus pedidos.
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Templo Sri Srinivasa Perumal |
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Entrada do Templo Sri Srinivasa Perumal |
Uns metros adiante, encontrámos o Templo do Dragão da Montanha (Leong San See Temple) dedicado a Kuan Yin, deusa da bondade e compaixão, e ao Buda Sakyamuni, que foi construído em 1917 por um monge budista. Actualmente, tanto Taoistas como Budistas rezam aqui. A fachada está belissimamente decorada com esculturas em madeira de fénixes, dragões, flores e lendas.
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Templo Leong San See |
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Buda na entrada do Templo Leong San See |
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Pormenor da entrada do Templo Leong San See |
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Pormenor do topo da fachada do Templo Leong San See |
Por fim, visitámos o Templo das Mil Luzes (Sakya Muni Buddha Gaya), inspirado nos templos tailandeses mas decorado com motivos chineses e indianos. Aqui fomos gentilmente recebidos pelo guardião do templo que, apesar de ter ficado baralhado quando lhe dissemos que vínhamos de Portugal, explicou-nos, com entusiasmo, a lenda de Buda e os fundamentos do budismo, enquanto descansávamos e relaxámos ao som hipnotizante das rezas budistas. Pudemos ainda ver a réplica em ébano e madrepérola da suposta pegada de Buda, a estátua de Buda sentado com 15 metros, a estátua de Buda deitado e a roda da fortuna.
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Templo Sakya Muni Buddha Gaya |
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Entrada do Templo Sakya Muni Buddha Gaya |
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Pormenor da entrada do Templo Sakya Muni Buddha Gaya |
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Buda sentado |
Voltámos a Seragon Road, onde almoçámos outro belo prato indiano Chicken Tika Masala (frango em molho de tomate, manteiga e especiarias).
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Fachadas típicas de Seragon Road |