terça-feira, 31 de maio de 2011

Pôr-do-sol na praia do Dólar

Este post começou com uma entrada no Facebook do Bruno. Mas para todos aqueles que não estão no nosso Facebook, e para aqueles que estão, gostaram e querem mais, aqui fica uma sequência do maravilhoso pôr-do-sol a que assistimos na praia do Dólar em hora de maré baixa e já com a barreira de coral ali à vista!













sábado, 21 de maio de 2011

Dia da Restauração da Independência

Ontem, dia 20 de Maio, festejou-se o feriado da Restauração da Independência!
Os festejos incluíram a tradicional parada militar, os discursos de Presidência Ramos Horta e do Primeiro Ministro Xanana Gusmão, a entrega de medalhas e, à noite, fogo de artifício. A cidade foi toda enfeitada com bandeiras e sentia-se o clima de festa, com grupos de pessoas a gritar “Viva Timor-Leste!” e outros a devolver “Viva!”. Esta data tem um impacto enorme, uma vez que a maioria da população nasceu e viveu antes da independência e muitos lutaram e deram a sua vida por ela!
De facto, no dia 30 de agosto de 1999, após décadas de ocupação indonésia e apesar das ameaças, mais de 98% da população timorense foi às urnas para votar no referendo patrocinado pela ONU, e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam a independência. Em resposta, as milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma onda de violência e homens armados mataram nas ruas todas as pessoas suspeitas de terem votado pela independência e outras tantas foram levadas à força em camiões, sendo o seu paradeiro desconhecido ainda hoje.
Perante esta situação, a ONU decidiu criar uma força internacional para intervir na região. Em 22 de Setembro de 1999, entraram em Díli soldados australianos sob bandeira da ONU e encontraram um país totalmente incendiado e devastado.
Depois de um ano e meio de administração da ONU, em Abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para a escolha do novo Presidente do país e a escolha recaiu sobre Xanana Gusmão. Em 20 de Maio de 2002, Timor-Leste tornou-se totalmente independente!

À meia-noite do dia 19 de Maio de 2002, a bandeira das Nações Unidas foi retirada e a bandeira de Timor-Leste independente foi erguida.
Segundo a Constituição da República Democrática de Timor Leste, o triângulo amarelo representa "os traços do colonialismo na História de Timor-Leste"; o triângulo preto representa "o obscurantismo que precisa ser superado"; a base vermelha representa "a luta pela libertação nacional"; enquanto a estrela é "a luz que guia", sendo branca para representar a paz!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Casas, cabanas e palhotas

Em Díli, a maioria das habitações é constituída por moradias térreas, feitas de tijolo e telhados de zinco (algumas, poucas, mesmo com telha), com várias divisões, alpendre e jardim. São casas que ficaram do tempo da colonização portuguesa. E, embora muitas delas precisem de obras urgentes, reúnem as condições mínimas de habitabilidade.
Também vão surgindo pequenos prédios de dois ou três andares. Infelizmente, a cidade vai crescendo sem qualquer tipo de planeamento e parece que já foi aprovada a construção de um edifício de dez andares para instalar o poderoso Ministério das Finanças e de quatro torres de escritórios bem no centro de Díli! Facto curioso é que os dois únicos elevadores que existem em Timor-Leste estão no edifício do MNE, sendo que um deles já está avariado! Acreditamos (e não estamos sozinhos nisto) que a cidade e os seus habitantes ficariam a ganhar se fosse investido mais tempo e dinheiro na elaboração de um plano de urbanização ponderado a longo prazo, na recuperação dos edifícios que já existem e estão degradados (quer pela idade, como pelo abandono, o clima, os incêndios de 2006...) e na manutenção da arquitectura e tipo de construção típicos da ilha. Tentar fazer de Díli uma réplica de Singapura vai demorar gerações, custar muitos milhões e levar à descaracterização da cidade e à perda dos seus traços mais marcantes!
Fora de Díli no entanto o cenário é completamente diferente. As cidades e capitais de distrito não passam de pequenos povoados e as aldeias mais não são do que aglomerados familiares de quatro ou cinco casas. Muitas vezes encontramos casas completamente isoladas, escondidas atrás da vegetação. Feitas com os materiais que a ilha oferece, muitas destas casas não passam de cabanas de madeira com tecto de colmo. Outras ainda são verdadeiras cabanas feitas de palha entrançada, como se de um cesto gigante se tratassem! São esteticamente bonitas e muito frescas, propiciando abrigo contra pessoas e animais e sombra do sol abrasador! Estão completamente integradas na paisagem mas falta-lhes tudo o que associamos a uma casa habitada (desde luz, água, portas, mobílias). São naturalmente casas de sobrevivência, onde a utilidade se sobrepõe ao conforto!
Para além das casas que servem de habitação, existem ainda os abrigos de animais e de pessoas, que são compostos apenas por quatro estacas com tecto de colmo. Protegem pastores desprevenidos das tempestades tropicais e servem muitas vezes para fazer uma sesta à sombra, entre as longas caminhadas que as populações das áreas rurais são obrigadas a fazer!














terça-feira, 17 de maio de 2011

Animais domésticos de Timor-Leste

Em Timor-Leste, os animais domésticos ainda representam uma parte importante da economia familiar. Crescendo à solta, à volta das casas e das aldeias, podemos ver com frequência galinhas, cabras, porcos, javalis, vacas e búfalos (aqui chamam-se karaus).

Os galos têm um papel diferente na sociedade: em vez de serem comidos, são utilizados na luta de galos, o único jogo de aposta legal no país! A luta consiste em pôr dois galos num círculo, cada um com uma faca atada a uma das patas. O dono daquele que conseguir matar o outro sai vencedor, levando o galo morto para o jantar da família! São por isso tratados como verdadeiras relíquias e exibidos com orgulho pelos seus donos e merecem lugar na cara da moeda de dez centavos! Há até quem diga que Timor-Leste é o país onde as crianças andam no chão e os galos ao colo!
Estes foram alguns que vimos no nosso passeio.
 







Estradas e pontes de Timor-Leste

O passeio que fizemos pelas montanhas ao redor de Díli levou-nos a estradas e caminhos que ainda não conhecíamos. A esmagadora maioria deles está em péssimo estado de conservação, com imensos buracos, zonas destruídas por deslizamentos de terra, passagens tão estreitas que o carro mal lá passa e nenhum tipo de sinalização!

Isto deve-se a um série de factores, mas os principais são: (i) todas as estradas alcatroadas que existem em Timor-Leste foram construídas no tempo da ocupação indonésia (que, por motivos estratégicos, precisava de acesso rodoviário às zonas mais remotas desta parte da ilha); (ii) desde que foram construídas, estas estradas não tiveram qualquer manutenção, sendo as obras de recuperação muito ocasionais e só quando algum troço da estrada já se encontra intransitável; (iii) a ilha de Timor, ao contrário de muitas aqui à volta, é sedimentar e não vulcânica e na época das chuvas a terra é arrastada montanha abaixo destruindo grande parte das estradas, que não foram construídas, nem têm protecções adequadas às características deste solo e clima. Isto faz com que seja necessário um estudo sério que permita a reparação das estradas que existem e a construção de novas adaptadas a esta realidade.
Finalmente, este ano foi aprovado um Fundo das Infra-estruturas, que pretende financiar, entre outros projectos, a reforma da rede rodoviária! Esperamos que seja desta que começa a recuperação da rede rodoviária! Acreditem que vai ser revolucionário (há zonas em que, devido ao mau estado da estrada, 15km se fazem em, pelo menos, 1 hora e isto é se não tiver chovido)!
Aqui ficam algumas fotografias que fomos tirando ao longo da viagem para que possam perceber melhor do que estamos a falar!










Então que tal? =)

Mas para além das estradas, passámos por inúmeras pontes! Muitas também do tempo indonésio, mas as favoritas são as de construção militar! Feitas de metal e com piso de madeira, oferecidas pelos mais diversos países, inclusivamente pelo Japão como pedido de desculpas pela ocupação durante a 2.ª Guerra Mundial! São lindas e assustadoras!









Parecia mesmo que estávamos no Vietname e que a qualquer momento o Rambo ia aparecer! Hehehe!