Estava agendado: dia 16 pelas 15h45 começava a nossa aventura. A partida de Lisboa deu-se à hora marcada. A KLM levar-nos-ia até Amesterdão num voo confortável de cerca de 2h30. Tivemos direito a lanchinho e tudo… muito gourmet, biológico e saudável. Os nossos companheiros de viagem eram, no mínimo, sui generis: um grupo de tias que, talvez inspiradas pelo último filme da Julia Roberts, iam fazer uma viagem espiritual pela Tailândia, Camboja e Vietname e uma dupla de “Inov’s” que iam para Singapura, um deles (perfeitamente insuportável) tentava convencer o outro da sofisticação do negócio da produção e venda de azevinho! Enfim, deu para desanuviar e ainda nos rimos com as conversas de ambos os grupos! A primeira etapa da viagem estava feita e afinal não parecia ser assim tão difícil…mal sabíamos nós o que nos esperava ainda…
Quando chegámos a Amesterdão vimos no painel que a porta de embarque para o voo de Singapura já estava aberta. Em passo de corrida fomos até ao terminal e porta indicados, desesperando com os sinais que indicavam 15 minutos de caminhada a pé para lá chegar (se um de nós estivesse coxo, não chegámos lá a tempo, de certeza!). Entrámos no avião e a primeira desilusão da viagem foi quando descobrimos os nossos lugares: os 2 do meio na fila do meio, ou seja ia um rapaz holandês, nós os 2 e uma singapurense tuberculosa, que esteve sempre enrolada numa manta e só pedia chá quente (teoria do Bruno: era um aviãozinho que transportava droga da Holanda para Singapura! Teoria da Joana: tinha gripe das aves e ia infectar-nos a todos!). Esta localização limitou em muito os nossos movimentos, uma vez que não queríamos estar sempre a chatear o holandês e evitávamos ao máximo o contacto com a singapurense, que a certa altura pareceu entrar em coma profundo e nem se mexia. O piloto anunciou o tempo de voo: SÓ 11h30 (segundo ele estávamos com o sorte, o vento seguia a nosso favor!!)! Para nos entreter a KLM disponibilizava uma série de filmes que podíamos ver nos ecrãs individuais localizados nas costas do banco à nossa frente!! Segunda desilusão: por motivos técnicos que não chegaram a ser resolvidos a fila de lugares “E” não tinha acesso ao visionamento de filmes… ora era aí precisamente que o Bruno ia sentado! Eu, por solidariedade, decidi não ver nenhum filme também e achámos que a nossa estratégia de dormir durante a primeira parte da viagem iria resultar! No entanto, a KLM decidiu trocar-nos as voltas: durante o primeiro terço da rota as hospedeiras empanturraram-nos de comida! Foi o jantar e o café, agora mais um chazinho e o biscoitinho, depois vem o sumo de laranja e mais café…enfim, dormir era missão impossível! Contra tudo o que nos parecia lógico só a meio da rota é que apagaram as luzes e puseram toda a gente a dormir. Inevitavelmente caímos no sono também! Acordámos dezenas de vezes e o painel com a progressão da viagem era assustador…ainda faltavam 5 h, 4h30, 4h…passado aquilo que nos parecia uma eternidade ainda faltavam 3h, 2h…faltava 1h e nós já apertávamos o cinto e procurávamos pastilhas na mala! As dores nos pés, nas pernas, nas costas e no pescoço causavam cada vez mais desconforto e o ar condicionado quase gelado começava a fazer mossa.
Finalmente, chegámos a Singapura! Eram 17h00 e vinha toda a gente a dormir…assim não há como evitar o jet lag!! Para nos receber, 28ºC e uma chuvada tropical… um bafo que não se aguentava! Fomos levantar as malas e seguimos mais mortos do que vivos ao hotel, que providencialmente ficava no aeroporto!
Excelente ideia, o blog!! Estou a adorar ler os textos... :)
ResponderEliminarAdorava ouvir a teoria da «sofisticação do negócio da produção e venda de azevinho»!!! Só comparável ao «caso da monocultura do caju na Guiné-Bissau», que já valeu uma bolsa de investigação :) eheh