Deixar os nossos amigos a tantos km de distância foi muito mais difícil do que possam imaginar. As fotos, os e-mails, o facebook ajudam (e muito) a matar as saudades, mas como nos fazem falta as gargalhadas, jantaradas, parvoíces, idas ao cinema e às compras, idas ao café... até os jogos de subbuteo, com direito a sortear equipas e tudo!
Quando aqui chegámos, conhecíamos uma ou duas pessoas e trazíamos referência de mais quatro ou cinco nomes de conhecidos dos nossos amigos ou familiares que também aqui vivem. Preocupámo-nos com a dificuldade que teríamos em encontrar pessoas com quem nos identificássemos e pudéssemos conviver fora do trabalho.
Mas Díli tem-nos reservado algumas surpresas e uma delas foi a facilidade com que nos integrámos num grupo de desconhecidos, que nos brindou com o maior o acolhimento, simpatia e acreditamos até mesmo amizade que poderíamos desejar!
Aqui, como em qualquer aldeia ou sociedade pequena, a cusquice, os jogos de interesses, o diz-que-diz e a intriga proliferam (umas vezes às escondidas, outras às claras) e, para evitar boatos e maledicência, os grupos tendem a ser bastante fechados. Normalmente, as pessoas procuram rodear-se com quem mais se identificam e fecham o grupo. Com os restantes há uma relação meramente profissional ou de cortesia mas que nunca ultrapassa a fronteira da privacidade do grupo. É uma questão de auto-defesa!
Sorte, destino, acaso…o facto é que acabámos rodeados de boas pessoas, divertidas, de bem com a vida e que nos acarinham como os “caçulas” do grupo, nunca nos fazendo sentir intrusos ou a mais. São pessoas com quem nos identificamos, que não entram em mesquinhices, com quem podemos contar de modo desinteressado e, quem sabe, de quem acabaremos amigos (felizmente alguns temos a certeza que já o são!)!
Por isso, fizemos questão de nos rodear destes verdadeiros anfitriões e festejar o aniversário da Joana em solo timorense. Sexta-feira rumámos ao Sagres Café (aquele onde vimos o crocodilo apenas três dias depois de chegarmos a Timor-Leste) e houve jantarada, com direito a parabéns cantados e generosos presentes! Seguiu-se uma festa de arromba no Ocean View, mesmo em cima da praia e com uma chuvada tropical lá fora que ainda tornou o ambiente mais exótico! Foi dançar até as pernas aguentarem e soube mesmo bem! Obrigada a todos os que nos acompanharam nesta noite, em especial à Raquel, Isabel, João, Bernardo, Moisés e Fernando, que já têm um lugar especial na nossa vida!
Joaninha pela primeira vez que passaste o dia de anos fora da familia ele foi em cheio. Ainda bem que já tens alguns amigos por aí. Como sempre estavam muito giros! Beijinhos para os dois! Alice.
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