sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pôr-do-sol na Fazenda

Mais pôr-do-sol fantástico, com uma luz tão diferente daqueles a que já tínhamos assistido! Palavras para quê?! Vejam as fotografias!
Ao fundo, tapado pela núvem, o topo do Ramelau! A montanha mais alta de Timor.

O sol atrás das Madres del Cacao

Ribeira de Lois ao fim da tarde




A Lua

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Produção de café

O café de Timor, conhecido pela sua amarguez intensa, é produzido em vários locais dispersos da ilha, de modo ainda semi-industrial e como parte integrante da economia doméstica. Em Liquiçá e Ermera, quem não tem as suas próprias plantações trabalha nas dos outros. Porém, o abandono a que a produção de café foi condenada durante a ocupação indonésia dificulta o recomeço desta actividade: os pés de café estão demasiado velhos e a sua substituição é bastante cara.
Assim, o papel da cooperação internacional no desenvolvimento da produção de café tem sido vital: Portugal e Espanha têm sido dos principais impulsionadores deste projecto, enviando engenheiros agrónomos e técnicos especializados em café para as várias fazendas da ilha. O seu trabalho teórico e prático é reconhecido e valorizado pelos locais, provando que muitas vezes, mais do que dinheiro, a ajuda externa deveria consistir no envio de mão-de-obra especializada para projectos concretos e com objectivos específicos, contribuindo para “deixar obra feita” e melhorar significativamente o nível de vida das populações locais! Isto seria especialmente importante agora que Portugal enfrenta uma grave crise financeira e uma taxa de desemprego preocupante: em vez de financiarmos, com o dinheiro que não temos, projectos que muitas vezes não saem do papel, passariamos a destacar mão-de-obra portuguesa para este tipo de projecto (de certeza que ficaria mais barato e seria mais útil para ambos os países! E interessados não devem faltar)!
Os tanques para lavagem dos grãos

As moagens



O armazém da secagem

A "maternidade"

Pés de café

Madres del cacao que rodeiam a Fazenda e dão sombra aos pés de café

Máquinas de outros tempos

terça-feira, 21 de junho de 2011

Animais da Fazenda

Os animais da Fazenda Algarve são aqueles que poderíamos encontrar em qualquer outra quinta: o atento cão-de-guarda, sempre à espera dum naco de carne ou osso para roer; os característicos galos; o cavalo cansado de trabalhar, que aproveitava o domingo para pastar; o porco, que engorda sem antecipar o destino que o espera; os insectos (felizmente àquela altitude os mosquitos deram-nos descanso!); as aranhas do tamanho de castanhas... O mais peculiar seria o macaco, mas esse infelizmente morreu antes que o pudéssemos conhecer!
Ouvimos dizer que, numa parte longíqua da Fazenda, existe um ninho de jibóias que têm a largura de troncos de árvores e que os trabalhadores não se atrevem a fazer-lhes mal porque acham que são sagradas e têm poderes mágicos! É curioso como neste país todos os animais que a Joana mais gosta – cobras e crocodilos – são considerados seres sobrenaturais e intocáveis! Lenda ou ficção, a verdade é que, como podem imaginar, nem nos aproximámos dessa zona da Fazenda!!








segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fazenda Algarve

Num destes dias, recebemos um simpático convite do nosso senhorio, que logo aceitámos: ir passar um domingo à Fazenda Algarve!

A Fazenda Algarve fica no interior do distrito de Liquiçá e foi aqui que o português Manuel Viegas Carrascalão, preso político deportado para Timor nos finais dos anos 20, refez a sua vida (depois de terminar o período de desterro na micro-ilha de Ataúro, mesmo em frente a Díli). O português deu à Fazenda que comprou o nome da terra onde nasceu: era um algarvio de gema, natural de Aljezur, ou mais propriamente do Carrascal (o que, aliado à sua elevada estatura, lhe valeu a alcunha de Carrascalão, que mais tarde virou apelido e ainda hoje dá nome a uma das famílias mais reputadas, empreendedoras e altas de Timor-Leste)!
Aqui nasceram cada um dos doze filhos que teve. E aqui nasceu também o projecto de plantação de café de Timor, que até hoje sobrevive. Em tempos, existiu também uma plantação de chá, que entretanto foi abandonada por exigir muita mão-de-obra e ser demasiado dispendiosa.
A viagem até à Fazenda foi, como é frequente em Timor-Leste, acidentada e com alguns percalços mecânicos. Mas, embora com um atraso considerável, conseguimos lá chegar e deleitarmo-nos com um delicioso almoço que incluiu carne grelhada, pão Timor e, imaginem só, gin tónico!
O dia estava formidável e a vista perdia-se desde o Ramelau (o ponto mais alto da ilha e, em tempos idos, considerado o pico do império português) até à ribeira de Lois. De tirar a respiração! A casa principal tem uma localização privilegiada e infra-estruturas com um potencial tremendo para que aqui se venha a desenvolver uma unidade de turismo rural. Incentivámos o nosso anfitrião a investir nesta ideia e estamos certos de que seria um sucesso!
Depois do almoço e de dois dedos de conversa, fomos explorar um pouco da Fazenda. Vimos as moagens actuais e as antigas, a “maternidade” onde se fazem experiências com os diversos tipos de pés de café, as ruínas da casa de chá, o forno e até o cemitério da família (esta é uma prática comum em Timor-Leste, principalmente depois dos ataques devastadores dos indonésios, que enterraram muitos dos corpos em valas comuns, havendo ainda hoje milhares de desaparecidos. Este facto deu origem a que muitos timorenses passassem a enterrar os seus familiares e amigos em terrenos seus, onde podem velá-los em paz e ter a certeza de que serão respeitados.)!
Foi um dia muito bem passado, em boa companhia, com muitas histórias interessantes e a explorar mais um canto da ilha que ainda não conhecíamos! Esperamos um dia regressar à Fazenda com uma unidade hoteleira já em funcionamento e aqui poder pernoitar e desfrutar de um dos mais bonitos pores-do-sol a que assistimos!

A casa



A vista



Vista sobre a ribeira de Lois


O "sino" onde se dá o toque para o almoço

A explorar a Fazenda
Trabalhador timorense de lipa. A saia que por estes lados do mundo tanto homens como mulheres utilizam.

O poleiro do macaco! Infelizmente, o macaco morreu poucas semanas antes da nossa visita =(



O forno e churrasco, onde foi feito o nosso almoço
Catana, o utensílio multiusos nacional
  



Madre del cacao vista ao perto

terça-feira, 14 de junho de 2011

Chuva tropical em Dare

Lembram-se de Dare, o memorial/miradouro/café onde gostámos de tomar o pequeno-almoço? Há semanas voltámos lá, mas desta vez fomos apanhados no meio duma chuvada tropical que nos impediu de apreciar a fantástica vista sobre Díli mas nos ofereceu momentos dignos de registo.
Como chuvia imenso, tivemos companhias inesperadas: 2 cães que não nos largaram um segundo e milhões de mosquitos que, por mais repelente que puséssemos, insistiam em comer-nos vivos (mas a verdade é que a estação húmida só terminou no final de Abril e até lá as chuvas e os mosquitos foram incontroláveis)!
Além de tudo isto, a comida estava óptima e deu para matar saudades de pastéis de bacalhau e pão com chouriço!
A vista

O memorial. A foto mostra um antigo soldado australiano e um guerrilheiro timorense que juntos lutaram contra a invasão japonesa na 2.ª Guerra Mundial e que se reencontraram por altura da inauguração do memorial!
 

O Bóbi
 
E o Pantufa =)
Ps - Fizemos um vídeo de 10 segundos do temporal mas com a velocidade desta internet é impossível fazer o upload!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novos vizinhos!

Mudaram-se há uma semana para o jardim à frente de nossa casa. Durante o dia nunca se deixam ver, mas à noite é certinho: lá estão eles na relva à volta da luz! São sossegados e ainda comem os mosquitos!!! Concluindo, estamos muito felizes com os nossos novos vizinhos! =)
Apresentamo-vos "Os Sapos"!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Subida ao Cristo Rei

Este domingo acordámos de manhã cedo e, depois dum bom pequeno-almoço, fomos até à praia do Cristo Rei! O desafio foi definido de véspera: subir os cerca de 500 degraus que separam a praia da estátua que lhe dá nome e descobrir as vistas que dali se alcançam!
A estátua foi oferecida a Timor-Leste pela Indonésia como sinal da reconciliação entre os dois países, mas o presente veio envenenado, uma vez que a Indonésia, país maioritariamente muçulmano, orientou a estátua para Meca!
Foi um passeio agradável, feito na sua maioria à sombra. A parte final tornou-se mais puxada, com as escadas cada vez mais íngremes e o sol a apertar! Chegámos cansados mas valeu bem a pena!
A descida, claro, foi mais fácil e, uma vez de volta à praia, fomos dar um mergulho naquele mar irresistível! Seguiu-se um almoço de peixe grelhado, arroz e budu (salada de tomate cortado aos quadradinhos pequenos temperada com sal, limão e aimanas, o picante timorense) num restaurante já a chegar a Díli mesmo à beira-mar, o Vitória!
Foi um domingo relaxante e revigorante!
O Cristo Rei visto da praia

Mar transparente visto do patamar intermédio do Cristo Rei

Vista a oeste sobre a praia do Cristo Rei

Areia branca e fina, água transparente e quente

No patamar intermédio...ainda faltava a pior parte! Mais íngreme e ao sol!

Vista a este sobre a praia dos Portugueses

Montanhas que separam as duas praias

"Aos pés de Cristo"

Vista sobre a baía de Díli

Miradouro do Cristo Rei conquistado!

À beira do abismo

No miradouro

O regresso à praia

Depois do merecido mergulho!