Logo no primeiro dia de campanha, ia a Joana a caminho do emprego quando foi apanhada pelo cortejo de apoiantes de Taur Matan Ruak (um dos candidatos às presidenciais) que se dirigiam ao comício que iria ter lugar no campo de futebol do Dom Bosco. De máquina fotográfica a postos, conseguiu capturar algumas imagens dos apoiantes, enquanto aguardava que o trânsito voltasse a andar (o que justifica a falta de jeito com que algumas fotografias sairam!). Assim se fez a "foto-reportagem" duma manhã caótica no trânsito por causa da roda-viva de actividades eleitoriais em que este país anda!
Felizmente, este foi o único comício em Díli até agora (porque todos os candidatos têm andado pelos distritos), mas parece que lá para o fim da campanha todos vão rumar à cidade e aí esperam-se grandes manifestações de apoio e, consequentemente, muitos engarrafamentos (com sorte mais nenhum candidato virá ao Dom Bosco que fica estrategicamente colocado na nossa rota casa-emprego)!
Dizem-nos que as primeiras eleições em Portugal também geraram ondas de entusiasmo como aquelas que sentimos aqui, que as pessoas também decoravam os carros com autocolantes dos seus candidatos e enchiam a Alameda para ouvir discursos e dar gritos de apoio. Sinceramente, não temos essas memórias. Somos mais do tempo em que, para encher o Coliseu, é preciso assegurar transporte e almoço aos “apoiantes” e que a desconfiança em relação à classe política é o denominador comum à maioria de uma população cada vez mais apolítica.
Por isso, assistimos com alguma estranheza e perplexidade a esta euforia que se vive em Díli por estes dias. É que não há apoiante que não vista a sua t-shirt, nem carro que não tenha o seu autocolante, nem restaurante que não tenha o seu cartaz à porta (ao lado da ementa anunciando que se serve caril de frango, fica claro que ali também se apoia o candidato x)! E, em dia de comício, é vê-los nas traseiras dum camião a gritarem "Vivas" com genuína esperança no seu candidato!
É a alegria eleitoral típica das jovens democracias, que mobiliza populações e é tema de conversa que a todos, sem excepção, interessa (pena é que a nossa democracia, a portuguesa, com apenas 30 anos já esteja tão podre)!
Ps - quem estiver interessado em informação jornalística credível sobre a campanha e as eleições pode obtê-la no Portal Sapo TL, que tem uma equipa no terreno totalmente dedicada à cobertura do evento, em parceria com a jornalista da Lusa em Díli.
Ps - quem estiver interessado em informação jornalística credível sobre a campanha e as eleições pode obtê-la no Portal Sapo TL, que tem uma equipa no terreno totalmente dedicada à cobertura do evento, em parceria com a jornalista da Lusa em Díli.
Estrada de Comoro |
A chegar à ponte de Comoro |
Av. Mártires da Pátria (também conhecida, entre os portugueses, como "IC19"! Ahahah!) |
BRUTAL!!! Imagino a confusão que não deve estar por essas ruas. Adorei a reportagem...já tinha saudades dessas imagens e agora em tempo de campanha eleitoral ainda melhor!! Tudo em cima dos carros e mega decorado!! Para estar perfeito só faltava mesmo a minha Microlete preferida...:p Ela ainda circula por ali?? Em modo Virulent....? Um grande beijinhos para os dois.
ResponderEliminarSarinha, não imaginas não! Isto está para lá de caótico! Para além das eleições, andam a alcatroar as estradas para as comemorações da independência (o que é bom) mas neste momento a marginal está parcialmente cortada ao trânsito e a cidade parece um estaleiro com retroescavadoras em cada esquina! Ontem, demorei 50 minutos do Timor Plaza ao Wasabie (no micra sem ar condicionado)! Podes imaginar a fúria =) Quanto à Virulent, ainda cá anda! Tem um novo autocolante a dizer "No coment"! LOL Vou tentar fotografar (mas normalmente vejo-a quando estou a conduzir...)! Um grande beijinho
EliminarMuito interessante este vosso relato. A lembrar o tal empenho genuíno no apoio aos candidatos, o que para nós, portugueses, parece ser coisa do passado... :$
ResponderEliminarÉ verdade, Dulce! Embora saiba que não foi exactamente o teu caso, no nosso o nível de envolvimento político sempre foi nulo (excepção feita ao acto de votar, que sempre fizemos questão de exercer, mobilizando até alguns familiares a voltarem a fazê-lo). Não deixamos de nos interessar (aliás, longe disso), informar, debater em círculos de amigos e familiares, mas não nos revemos de modo algum no sistema partidário que (infelizmente - na nossa opinião) monopoliza a cena política no nosso país!
EliminarMuito Bom!!
ResponderEliminarDe facto, já não me lembrava que por cá também era assim!!! Tinhamos "Fé" e acreditavamos num futuro melhor!! Enfim!...,...
Faço votos para que tudo seja pacífico e que por aí todos tenham mesmo vontade de arregaçar as mangas. Felicidades.
Pois é, Pedro! Parece que foi há tanto tempo e afinal passaram apenas umas décadas...não é lá muito bom sinal!
EliminarHá-de correr tudo bem (acreditamos que as legislativas possam ser mais problemáticas porque aí haverá a máquina partidária a mexer-se mais). Quanto à "vontade de arregaçar as mangas", é como diz: há que ter fé (embora com uma certa dose de realismo)! Felicidades.