terça-feira, 24 de abril de 2012

Fim-de-semana da Páscoa: Com - Lore

Durante o fim-de-semana da Páscoa, ficámos hospedados, pela primeira vez, no Ecoresort de Com, que se revelou uma agradável surpresa. Não passa dum complexo de contentores, mas nota-se o cuidado com o espaço e o esforço para disfarçar o aspecto industrial que os contentores naturalmente têm. Os “quartos” cumprem os requisitos mínimos, com ar condicionado e duche de água quente. Existe ainda um restaurante mesmo em cima da praia, onde se pode jantar um fresquíssimo peixe grelhado e saborear uma chávena de café Timor (ao contrário do “expresso” que é café de máquina, “café Timor” é de café de saco ou de cafeteira). No contexto da oferta hoteleira disponível em Timor-Leste, não está nada mal! O ponto negativo é um preço, o valor que aqui se paga por noite, sem direito a jantar, nem a pequeno-almoço, está claramente inflacionado (pagámos cerca de USD 75 por noite)!
A construção deste Ecoresort partiu da iniciativa dum australiano e a gestão está a cargo dum casal indonésio, os restantes funcionários são todos timorenses de Com. Arriscamos dizer que este é o motor da economia de Com e proporcionou o aparecimento de pequenos cafés, restaurantes, bancas de artesanato e guest houses timorenses, que atraem um público (ainda) menos exigente e que não está disposto a pagar os preços elevados que ali são cobrados.
No alpendre do contentor adaptado a casa. Bem giro, não acham? Com telhado tradicional e tudo!

Praia de Com

Ecoresort de Com

Miúdos brincam na praia

Depois do pequeno-almoço tomado, fizemo-nos à estrada. Ao contrário da maioria dos hóspedes que ali se encontravam, não fomos até Jaco (o ilhéu na extremidade leste, que é um paraíso de praias desertas e snorkeling entre imensos corais, ao qual devemos há muito um post neste blogue). Desta vez, decidimos deixar Jaco para os turistas e fizemos mais uns quilómetros para sul. Atravessámos o planalto, passámos por Lospalos (a capital de distrito) e continuámos mais para sul entre vales e montanhas, aldeias, curvas e buracos… até chegarmos a Lore!
"Malae!" - O grito, sempre acompanhado de acenos e sorrisos, que as crianças lançam assim que veêm um carro com estrangeiros a passar

Vimos milho a secar em todas as aldeias. Aquele que já foi a base alimentar de Timor-Leste, perdeu o lugar para o arroz, mas nos distritos mais a leste continua a marcar forte presença.

Lugar insólito para apanhar sol!

Aldeia entre Com e Bauro

Construção típica

Vimos várias campas decoradas assim com crânios e cornos de animais. Desconhecemos o seu significado. Se algum dos nossos leitores poder eslarecer-nos, ficamos muito agradecidos!

Mais campas assim decoradas, algo que nunca vimos noutros distritos.

Pimp my bike! Grande estilo! Escusado será dizer que fizemos a festa com os rapazes lá atrás que são os donos da mota =)

Lindo este cão timorense e gordinho, o que infelizmente é raro ver em Díli.

Paisagem entre Com e Bauro

Mural em Lospalos

Numa aldeia entre Maluro e Lore. Vimos muitos "mausoléus" parecidos com este, onde estão enterrados aqueles que deram a vida pela Resistência.

Sábado é dia de lavar a roupa
Lore, na margem sul, era o destino almejado, que vinha recomendado com a promessa de ali encontrarmos um dos mais extensos e bonitos areais da ilha! Será? =)
E por fim, o regresso à costa sul! Tasi Mane (nome dado ao mar do sul) em todo o seu esplendor!

8 comentários:

  1. Adoro estas fotos de Timor rural!!! Que paisagens lindas. :) Que o fim de semana foi fabuloso para desanuviar da confusão de Dili. Beijinhos.

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    1. Ainda bem que gostas! Acho que as fotos até ficaram bem mas acredita que não fazem justiça à beleza dos locais vista ao vivo! Quando é que te apanhamos no skype? Beijinhoss

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  2. http://www.facebook.com/photo.php?fbid=401114803248964&set=a.398357606858017.113548.100000513433468&type=3&theater

    http://www.facebook.com/photo.php?fbid=401115059915605&set=a.398357606858017.113548.100000513433468&type=3&theater




    Não sou o mais indicado para explicar ,mas envio 2 links para ajudar.

    Tenho gostado das vossas fotos.Obg.

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    1. Obrigado, Norberto. Que fotos lindas que aí tem! Andámos a investigar mais um pouco o significado e descobrimos que tem origem na religião tradicional. Iremos fazer um post em breve sobre isso.

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    1. Obrigado, Criatura Mistério. Não sabemos se a vinda para Timor-Leste é um acto de coragem que mereça admiração, mas lá que está a ser a maior aventura das nossas vidas até à data, disso não restam dúvidas =) Beijo

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  4. As campas diferentes indicam que a pessoa que morreu praticava o animismo.

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    1. Obrigado, Anónimo. Foi o que nos explicou um amigo de Baucau. Disse-nos ainda que os chifres são dos animais sacrificados nas cerimónias fúnebres, para que o falecido esteja acompanhado dos seus animais. Quanto mais chifres, mais rico e importante era o falecido. Confirma esta explicação?

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