Durante o fim-de-semana da
Páscoa, ficámos hospedados, pela primeira vez, no Ecoresort de Com, que se
revelou uma agradável surpresa. Não passa dum complexo de contentores, mas
nota-se o cuidado com o espaço e o esforço para disfarçar o aspecto industrial
que os contentores naturalmente têm. Os “quartos” cumprem os requisitos mínimos,
com ar condicionado e duche de água quente. Existe ainda um restaurante mesmo
em cima da praia, onde se pode jantar um fresquíssimo peixe grelhado e saborear
uma chávena de café Timor (ao contrário do “expresso” que é café de máquina,
“café Timor” é de café de saco ou de cafeteira). No contexto da oferta
hoteleira disponível em Timor-Leste, não está nada mal! O ponto negativo é um
preço, o valor que aqui se paga por noite, sem direito a jantar, nem a
pequeno-almoço, está claramente inflacionado (pagámos cerca de USD 75 por noite)!
A construção deste Ecoresort
partiu da iniciativa dum australiano e a gestão está a cargo dum casal
indonésio, os restantes funcionários são todos timorenses de Com. Arriscamos dizer
que este é o motor da economia de Com e proporcionou o aparecimento de pequenos
cafés, restaurantes, bancas de artesanato e guest houses timorenses, que atraem
um público (ainda) menos exigente e que não está disposto a pagar os preços
elevados que ali são cobrados.
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No alpendre do contentor adaptado a casa. Bem giro, não acham? Com telhado tradicional e tudo! |
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Praia de Com |
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Ecoresort de Com |
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Miúdos brincam na praia |
Depois do pequeno-almoço tomado,
fizemo-nos à estrada. Ao contrário da maioria dos hóspedes que ali se
encontravam, não fomos até Jaco (o ilhéu na extremidade leste, que é um paraíso
de praias desertas e snorkeling entre imensos corais, ao qual devemos há muito
um post neste blogue). Desta vez, decidimos deixar Jaco para os turistas e
fizemos mais uns quilómetros para sul. Atravessámos o planalto, passámos por Lospalos
(a capital de distrito) e continuámos mais para sul entre vales e montanhas, aldeias,
curvas e buracos… até chegarmos a Lore!
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"Malae!" - O grito, sempre acompanhado de acenos e sorrisos, que as crianças lançam assim que veêm um carro com estrangeiros a passar |
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Vimos milho a secar em todas as aldeias. Aquele que já foi a base alimentar de Timor-Leste, perdeu o lugar para o arroz, mas nos distritos mais a leste continua a marcar forte presença. |
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Lugar insólito para apanhar sol! |
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Aldeia entre Com e Bauro |
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Construção típica |
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Vimos várias campas decoradas assim com crânios e cornos de animais. Desconhecemos o seu significado. Se algum dos nossos leitores poder eslarecer-nos, ficamos muito agradecidos! |
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Mais campas assim decoradas, algo que nunca vimos noutros distritos. |
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Pimp my bike! Grande estilo! Escusado será dizer que fizemos a festa com os rapazes lá atrás que são os donos da mota =) |
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Lindo este cão timorense e gordinho, o que infelizmente é raro ver em Díli. |
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Paisagem entre Com e Bauro |
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Mural em Lospalos |
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Numa aldeia entre Maluro e Lore. Vimos muitos "mausoléus" parecidos com este, onde estão enterrados aqueles que deram a vida pela Resistência. |
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Sábado é dia de lavar a roupa |
Lore, na margem sul, era o destino almejado, que vinha recomendado com a promessa de ali encontrarmos um dos mais extensos e bonitos areais da ilha! Será? =)
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E por fim, o regresso à costa sul! Tasi Mane (nome dado ao mar do sul) em todo o seu esplendor! |
Adoro estas fotos de Timor rural!!! Que paisagens lindas. :) Que o fim de semana foi fabuloso para desanuviar da confusão de Dili. Beijinhos.
ResponderEliminarAinda bem que gostas! Acho que as fotos até ficaram bem mas acredita que não fazem justiça à beleza dos locais vista ao vivo! Quando é que te apanhamos no skype? Beijinhoss
Eliminarhttp://www.facebook.com/photo.php?fbid=401114803248964&set=a.398357606858017.113548.100000513433468&type=3&theater
ResponderEliminarhttp://www.facebook.com/photo.php?fbid=401115059915605&set=a.398357606858017.113548.100000513433468&type=3&theater
Não sou o mais indicado para explicar ,mas envio 2 links para ajudar.
Tenho gostado das vossas fotos.Obg.
Obrigado, Norberto. Que fotos lindas que aí tem! Andámos a investigar mais um pouco o significado e descobrimos que tem origem na religião tradicional. Iremos fazer um post em breve sobre isso.
Eliminaradmiro muito a vossa coragem. um beijinho
ResponderEliminarObrigado, Criatura Mistério. Não sabemos se a vinda para Timor-Leste é um acto de coragem que mereça admiração, mas lá que está a ser a maior aventura das nossas vidas até à data, disso não restam dúvidas =) Beijo
EliminarAs campas diferentes indicam que a pessoa que morreu praticava o animismo.
ResponderEliminarObrigado, Anónimo. Foi o que nos explicou um amigo de Baucau. Disse-nos ainda que os chifres são dos animais sacrificados nas cerimónias fúnebres, para que o falecido esteja acompanhado dos seus animais. Quanto mais chifres, mais rico e importante era o falecido. Confirma esta explicação?
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