Foi então que, ao fim de dezenas de quilómetros e várias horas de solavancos
no carro e depois duma semana de grande expectativa, chegámos a Lore. E ficámos
absolutamente deslumbrados! Desilusão zero! Satisfação máxima!
Lore não passa duma aldeola de cabanas de colmo e palapa, distribuídas ao
longo da estrada de terra que corre paralela ao mar. Mas aquele mar e aquela
praia valem por tudo! Trata-se duma baía recortada na costa, com areia branca e
fina e um mar quente (mas não o caldo da margem norte), com ondulação boa para
brincar e uma cor azul que nem a melhor máquina fotográfica poderia captar! Digno
dum postal de fazer inveja aos “melhores” destinos paradisíacos!
Alguns podem questionar-se se valerá a pena tanta coisa por causa duma simples
praia, havendo tantas e tão belas ao longo de toda a costa norte. É verdade, mas
para nós vale! São estas paisagens que nos tiram a respiração e nos deixam a
pensar em como é fantástico este lugar. Mergulhar ali, onde não havia mais
ninguém à vista excepto meia dúzia de miúdos que brincavam despreocupadamente,
nem mais nada que fazer, lavou-nos a alma e deu-nos o descanso de que há muito estávamos
a precisar. Rimos, nadámos, brincámos, fotografámos, descansámos, abstraimo-nos
do mundo e, por momentos, vivemos a vida simples daquelas crianças que
partilharam a sua praia connosco e desfrutámos da riqueza que é viver assim,
sem stress, sem carros, sem restaurantes, sem esplanadas...apenas nós e o mar e
a nossa vontade! Serenidade total.
E foi assim, com as energias completamentes reforçadas, que voltámos à
estrada e nos despedimos de Lore, em silêncio e com a certeza de termos
descoberto mais um pequeno pedaço do Paraíso! =)
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Aldeia de Lore |
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Conselho de amigo: não se aventurem nesta estrada! Apesar de vir no mapa, vai dar a uma selva densa da qual é dificílimo sair porque não há espaço para inverter a marcha e a certa altura deixa-se também de conseguir progredir porque as árvores dominam a estrada. |
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Baía de Lore (Jaco é algures lá ao fundo). Simplesmente fantástica! |
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A outra ponta da praia |
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A satisfação de chegar ao destino desejado e ficar sem palavras (o colar de búzios é artesanato de Com) |
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O Índico tem sempre mais ondulação do que o Pacífico, que banha a margem norte da ilha de Timor, daí que o primeiro se chame Tasi Mane (Mar Homem) e o último Tasi Feto (Mar Mulher) |
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A floresta cresce mar adentro! |
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Depois de belos mergulhos naquele mar azul idílico! |
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Crocodilos (ou lafayek, em tétum) nem vê-los! Acho que, ao contrário de nós, eles não gostam de apanhar carreirinhas =) Fora de brincadeiras, a verdade é que tendem a ficar na foz das ribeiras onde é mais fácil caçarem algum frango ou porco mais desprevenido. |
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As sombras que nos acolheram |
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Este grupo de miúdos passou a tarde toda a correr para perto de nós e a fugir. Nem tétum, nem português, nem inglês, nem a máquina fotográfica...nada os fazia aproximar-se! Só se riam e fugiam... |
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Até que o poder maravilhoso da tecnologia aproximou povos, culturas e idades! Já estávamos de partida quando o Bruno se lembrou de tirar uma foto panorâmica com o iPad a esta praia fantástica e os miúdos pasmados vieram logo a correr ver que engenhoca era aquela. |
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Estavam maravilhados com aquele "espelho que reflecte o outro lado" e riam-se tanto ao ver os amigos a aparecer no ecrã! |
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Quebraram-se as fronteiras, rimo-nos todos juntos e no fim deixaram que lhes tirássemos uma foto do "modo tradicional"! Momentos para mais tarde recordar duma das tardes mais bem passadas em Timor =) |