terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Valentine's Party!

Na sequência de algumas reclamações de que o blogue estava desequilibrado com muitas fotos e poucos textos a relatar a nossa vida em Díli, aqui vai um novo episódio desta grande aventura. Enjoy!
Na semana passada, como todos sabem, foi Dia dos Namorados. Tradicionalmente, nem eu nem o Bruno nos entusiasmamos muito com a data, mas desta vez recebemos um convite irrecusável para assinalar o dia: a Embaixadora dos EUA em Timor-Leste, Judith Fergin, convidou-nos para a sua Valentine’s Party!!! No convite que recebemos podia-se ler que o dress code era “Festive with a touch of red”! Isto prometia!
Desta é que não estávamos mesmo nada à espera! Assim, na sexta-feira, às 19h00, rumámos todos aprumadinhos e muito entusiasmados à residência da embaixadora para aquela que seria a nossa primeira recepção oficial nesta terra. E não podíamos ter ficado mais surpreendidos, pela positiva! Todos os mitos que tínhamos em relação à comunidade norte-americana aqui a viver, à sua obsessão com a segurança e ao distanciamento dos seus diplomatas desvaneceram-se em segundos.
A residência em si é uma mansão ao estilo colonial… sem qualquer esforço imaginamo-nos num estado do sul dos EUA à beira duma plantação de algodão! E a embaixadora? Uma senhora de meia-idade que nos esperava no átrio de entrada acompanhada do marido, muito simpática, descontraída e informal! Uma verdadeira diplomata que representa o seu povo em solo estrangeiro e que por isso faz questão de conhecer e conviver com quem está a representar!
Para quebrar logo o gelo inicial, e como mulher prevenida que já sabia que nem todos (incluindo o Bruno) iriam cumprir com o dress code, assim que chegámos inspeccionou as nossas vestimentas. Tinha na mão uns corações vermelhos e quando detectava alguém ainda sem o “toque de vermelho” oferecia um coração para colar na roupa! Depois dos cinco minutos de conversa da praxe em que nos apresentámos e trocámos as primeiras impressões, e com o Bruno já de coração colado à camisa, fomos encaminhados para a festa em si…
Numa sala ampla havia um bar e eram servidos aperitivos. O ambiente era o mais descontraído que possam imaginar… desde vestidos de praia a calças de linho, de camisas havaianas a chinelos, havia de tudo e ninguém fazia cerimónia nenhuma no trato social. Espero não estar a cometer nenhuma injustiça mas aposto que a relação entre a maioria dos emigrantes portugueses e os seus embaixadores por esse mundo fora não se pauta, nem de perto nem de longe, pela informalidade que assistimos ali! E a sala estava linda, cheia de pormenores que evocavam o tema que servia de pretexto à festa: por todo o lado havia chocolates e rebuçados em forma de coração, copos e palhinhas vermelhas e brancas, confetis em forma de coração em cima das mesas! Um mimo! Já estávamos de copo na mão quando, com grande naturalidade, se aproximou de nós um australiano que também por ali andava a socializar. É polícia e está em Timor pela terceira vez, destacado para integrar a Força de Estabilização, uma pessoa interessante que conhece a ilha como poucos estrangeiros a conhecerão.
Já completamente integrados, ouvimos a embaixadora anunciar que o jantar ia ser servido. Seguimos a sua instrução e fomos brindados com um belo repasto que incluía um buffet de carnes variadas, legumes salteados, saladas, arroz, cuscuz... As alusões ao Dia dos Namorados eram também aqui uma constante, com os pratos, guardanapos e talheres vermelhos, as bolachinhas em forma de coração e dezenas de outros pormenores que nos transmitiram a sensação de que aquela recepção tinha sido cuidadosa, e até carinhosamente, preparada para que todos nela se divertissem.
Depois do jantar, seguimos para o terraço onde uma banda timorense tocava alguns hits dos anos 60, 70 e 80 bem conhecidos de todos nós. A embaixadora agradeceu a presença de todos e abriu a pista em grande estilo, dançando euforicamente ao ritmo de Midnight Song. E depois foi ver os convidados, que não se fizeram rogados, dançar o La Bamba e outros ritmos frenéticos alegremente e sem complexos. Nós, descendentes dum povo mais acanhado e intimidados com os movimentos de Travolta que surgiam na pista (os anos de bailes e proms deram origem a exímios bailarinos completamente descomplexados e orgulhosos dos seus melhores movimentos!), fomo-nos abanando sem sair muito do lugar e discretamente ficámos a observar os profissionais.
Quando decidimos que era hora de ir embora, fomos mais uma vez calorosamente recebidos pela embaixadora (agora numa versão completamente despenteada e desarrumada com tanta dança), que se despediu de nós fazendo a advertência de que para a próxima nos queria no meio da pista (não é que ela tinha mesmo uma palavra personalizada para a toda a gente?!)! Encantados com tanta gentileza e nenhum pedantismo, seguimos para casa e aqui fica um registo orgulhoso da nossa ida à Valentine’s Party!
Acabadinhos de chegar da festa!

5 comentários:

  1. Que máximo! :) E sim, tanta informalidade numa festa em casa de um diplomata não é comum... mas ainda bem que assim foi, tornou a noite bem mais divertida :)

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  2. tás muita fófinho com esse coração ao peito ó maricas :)

    ainda bem que está tudo a correr bem!!! um abraço e um beijinho

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  3. Portanto este foi o 1º dia que o Bruno tirou os calções de banho...e afinal nem era preciso!!De qq das formas Bruno nao te perdoo, porque era tão simples...a camisola do Glorioso pá??? Erro crasso...Abraços e Beijinhos!

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  4. Vocês estão com vida de espiões internacionais.. Festas da embaixada em países de terceiro mundo... parece mesmo tirado de um filme :) Que inveja! Bjs

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  5. mr & mrs smith!

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